Como o Raio Afeta Estruturas e Sistemas Elétricos: A Tempestade Invisível que Pode Queimar Seus Aparelhos

🌩️ O impacto direto… e o indireto!

Quando um raio atinge uma estrutura, ele descarrega uma corrente elétrica de até 200 mil amperes, em questão de milésimos de segundo. Essa energia procura caminhos condutivos — como cabos, encanamentos, antenas ou até o próprio solo. Se sua instalação elétrica não estiver bem protegida, o raio pode encontrar um “atalho” por dentro da sua casa e seguir direto para seus aparelhos.

Mas o mais comum são os impactos indiretos, ou seja, a indução eletromagnética que ocorre quando um raio cai nas proximidades. Mesmo sem atingir sua casa, o campo gerado pela descarga pode provocar surtos de tensão nos fios da rede elétrica. E aí, adeus televisão, computador, roteador…

⚠️ O que pode acontecer?

• - Queima de eletrônicos, especialmente os mais sensíveis, como modems, TVs, notebooks e sistemas de automação

• - Desarme de disjuntores e falhas em quadros de distribuição

• - Danos ao cabeamento, como derretimento parcial de fios por sobrecarga térmica

• - Falhas em iluminação e sistema de segurança, que podem parar de funcionar após um surto

• - Riscos de incêndio, quando a descarga provoca faíscas em materiais inflamáveis

🛡️ Como se proteger?

Felizmente, existem tecnologias simples e acessíveis para tornar sua instalação elétrica muito mais resistente a surtos causados por raios. Aqui vão as principais:

🔌 1. Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)

O DPS atua como um "desviador de tensão". Quando ocorre uma sobretensão súbita — como a gerada por um raio — o DPS conduz essa energia excedente diretamente para o fio terra, evitando que ela alcance seus aparelhos.

Existem diferentes tipos de DPS:

• - Classe I: para surtos muito intensos, geralmente usado em indústrias ou locais com para-raios

• - Classe II: ideal para residências, colocado no quadro de distribuição

• - Classe III: proteção mais precisa, próxima de equipamentos específicos (como em tomadas)

⚙️ 2. Sistema de Aterramento

É ele que recebe a descarga desviada pelo DPS. O fio terra conduz a energia excedente para o solo, evitando que ela circule por dentro da casa. Um sistema de aterramento bem feito utiliza hastes metálicas fincadas no solo, conectadas por cabos e dimensionadas conforme a norma NBR 5410.

Sem aterramento, o DPS não tem como descarregar o surto — e aí a proteção não funciona!

🗼 3. Para-raios (SPDA)

O famoso "espeto no telhado" não serve apenas para estética de obras públicas. Um bom sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) cria um caminho seguro para o raio seguir, do alto da estrutura até o solo, sem passar por instalações internas.

Eles são obrigatórios em construções altas, indústrias e condomínios, mas também podem ser recomendados em casas localizadas em regiões com alta incidência de raios.

📊 A importância de filtros e boas práticas

Além dos dispositivos acima, é possível investir em filtros de linha com proteção contra surtos, nobreaks, e até em rotinas de segurança, como:

• - Desligar da tomada os eletrônicos sensíveis em dias de tempestade

• - Evitar uso de chuveiro elétrico durante raios

• - Não utilizar telefone com fio ou tocar em torneiras conectadas a aquecedores

• - Manter o quadro de distribuição com disjuntores bem dimensionados

⚡ E por que isso tudo é importante?

Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, com mais de 77 milhões de descargas por ano. E muitos dos acidentes são causados por instalações elétricas mal protegidas, que acabam levando o impacto dos surtos diretamente para os aparelhos — e, em casos graves, até para as pessoas.

No seu blog Do Zero a Ohm, conhecimento é proteção. E entender como a eletricidade se comporta durante uma tempestade é o primeiro passo para prevenir prejuízos e acidentes — com ciência e responsabilidade ⚙️🌩️

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